sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Estádios Fenológicos da Cana-de-Açúcar

Artigo baseado no resumo "Estádios Fenológicos da Cana-de-Açúcar: Uma Proposta Baseada em Parâmetros Biométricos e Tecnológicos" apresentando no XXII CBAGRO - Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, realizado de 03 a 06 de outubro de 2023, em Natal-RN.

Citação: BARBOSA, AM. Estádios Fenológicos da Cana-de-Açúcar: Uma Proposta Baseada em Parâmetros Biométricos e Tecnológicos. Anais: XXII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, Natal-RN, Outubro de 2023.

INTRODUÇÃO

De acordo com Câmara (1993) a cana-de-açúcar possui quatro principais fases de crescimento (brotação, perfilhamento, período de grande crescimento e maturação). Do ponto de vista industrial, o florescimento não é interessante, dessa forma, o homem procura interferir, tentando evitar o florescimento da cana-de-açúcar (RODRIGUES, 1995).

As fases de crescimento demarcam as grandes mudanças no desenvolvimento da cana-de-açúcar, entretanto, não apresenta subdivisões no ciclo que são importantes para o manejo e estudos com a cultura. A subdivisão da cultura em estádios fenológicos possibilita uma ampla gama de estudos e atividades nos quais o ciclo precisa ser descrito em detalhes, por exemplo: determinação de necessidades ecoclimáticas, determinação de períodos críticos, classificação dos genótipos, zoneamento de espécies, manejo de culturas (adubação, manejo fitossanitário, necessidades hídricas e irrigação (BERGAMASCHI, 2017).

Bonnett (2014) sugeriu uma escala fenológica para a cana-de-açúcar, baseada em três principais fases de crescimento (brotação, crescimento vegetativo e florescimento), resultando em dez estádios fenológicos. No entanto, essa escala não apresenta detalhes biométricos para diferenciação dos estádios e não apresenta a fase de maturação.

Na literatura são encontradas outras caracterizações fenológicas para a cultura da cana-de-açúcar. No entanto, a maioria das propostas caracterizam o desenvolvimento da cultura de forma simples e empíricas, não apresentando informações biométricas mais detalhadas, o que acaba muitas vezes dificultando o posicionamento de manejos na cultura. Ainda, na fase de maturação da cana-de-açúcar nenhuma das propostas detalham e/ou utilizam de parâmetros tecnológicos.

Dessa maneira, a caracterização dos estádios fenológicos da cana-de-açúcar com informações biométricas e tecnológicas mais claras e detalhadas, pode contribuir para um melhor acompanhamento do desenvolvimento da planta, bem como, pode dar melhor suporte para o posicionamento de manejos e estudos na cultura da cana-de-açúcar.

OBJETIVO

O trabalho teve por objetivo apresentar uma proposta de caracterização dos estádios fenológicos para a cultura da cana-de-açúcar, levando em consideração parâmetros biométricos e tecnológicos.

ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA CANA-DE-AÇÚCAR

 

ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA CANA-DE-AÇÚCAR COM IMAGENS

B1 - Brotação Inicial
Aparecimento do perfilho primário (esporão) em cana-planta. Aparecimento dos primeiros perfilhos da soqueira em cana-soca.

Estádio B1 em cana-planta

Estádio B1 em cana-planta


Estádio B1 em cana-soca

B2 - Brotação Estabelecida
Todos perfilhos primários emergidos e com duas folhas desenvolvidas em cana-planta. Perfilhos da soqueira com duas folhas desenvolvidas em cana-soca.

Estádio B2 em cana-planta

Estádio B2 em cana-planta


P1 - Perfilhamento Inicial
Aparecimento do perfilho secundário.

Estádio P1 em cana-planta

Estádio P1 em cana-planta


Estádio P1 em cana-soca


Estádio P1 em cana-planta

P2 - Perfilhamento Pleno
Ponta da folha das primeiras plantas alcançam a metade da entrelinha.

Estádio P2 da cana-de-açúcar


Estádio P2 da cana-de-açúcar

P3 - Final do Perfilhamento
Aparecimento do 1° entrenó visível; Fechamento da entrelinha (entrelinha fica praticamente sombreada). Também nesse estádio, inicia o aparecimento das primeiras folhas secas no dossel inferior da planta (próximo ao solo) 

Estádio P3 da cana-de-açúcar


Estádio P3 da cana-de-açúcar


Estádio P3 da cana-de-açúcar

CV1 - Início do Crescimento Vegetativo
Planta com 2 a 5 entrenós visíveis (Não pode forçar a retirada da bainha)

Estádio CV1 da cana-de-açúcar


Estádio CV1 da cana-de-açúcar

CV2 - Crescimento Vegetativo Intermediário
Planta com 6 a 15 entrenós visíveis (Não pode forçar a retirada da bainha)

Estádio CV2 da cana-de-açúcar

Estádio CV2 da cana-de-açúcar


Estádio CV2 da cana-de-açúcar

CV3 - Crescimento Vegetativo Final
Planta com mais de 16 entrenós (massa fresca de colmo é 70% que a massa fresca total da planta)


Estádio CV3 da cana-de-açúcar

Estádio CV3 da cana-de-açúcar
 
Estádio CV3 da cana-de-açúcar

M1 - Maturação Inicial
Brix ≥ 18% ou Pol ≥ 14%

M2 - Maturação Intermediária
Brix ≥ 20% ou Pol ≥ 16%

M3 - Maturação Final
Brix ≥ 22% ou Pol ≥ 18%


F1 - Indução ao Florescimento
Iniciação da inflorescência (ponto de vela).

Estádio F1 - Inflorescência visível

F2 - Florescimento Inicial
Desenvolvimento da inflorescência dentro da bainha (inflorescência não visível)

Estádio F2 da cana-de-açúcar

Estádio F2 da cana-de-açúcar


F3 - Florescimento Intermediário
Aparecimento da inflorescência

Estádio F3 da cana-de-açúcar


Estádio F3 da cana-de-açúcar

F4 - Florescimento Final
Abertura total da inflorescência

Estádio F4 da cana-de-açúcar


Estádio F4 da cana-de-açúcar