Nos últimos anos tem aumentado o cultivo da cultura da cana-de-açúcar em ambientes de baixo potencial produtivo (ambientes de produção C, D e E), principalmente em ambientes de solos arenosos. Um dos motivos que conferem à cana-de-açúcar alta tolerância à ambientes de baixo potencial produtivo é o vigoroso sistema radicular que a planta possui. A produção de massa seca de raiz da cana-de-açúcar pode atingir 2.400 kg ha-1 na profundidade de até 0,75 m, valor este que representa aproximadamente 3,5% da massa seca total da planta.
Pode-se dividir o sistema radicular da cana-de-açúcar em "raízes dos toletes" e "raízes dos perfilhos". (Figura 1). As raízes dos toletes são as primeiras a se desenvolverem, sendo que essas raízes desenvolvem-se a partir dos primórdios radiculares do tolete (Figuras 2 e 3). Entre 10 a 20 dias após o plantio, inicia-se o desenvolvimento da raízes dos toletes, que sobrevivem principalmente das reservas nutricionais contidas no tolete. A função das raízes do tolete é promover o crescimento inicial das plantas, principalmente a formação dos perfilhos, sendo que, entre 60 a 90 dias essas raízes perdem sua função fisiológica, senescem e são substituídas pelas raízes dos perfilhos. O crescimento das raízes dos toletes pode atingir 20 mm dia-1 em condições favoráveis, enquanto que as raízes dos perfilhos podem ter crescimento de 80 mm dia-1.
As raízes dos perfilhos são formadas juntamente com a formação dos perfilhos, e essas raízes serão as responsáveis pelo fornecimento de água e de nutrientes para as plantas até o fim do ciclo da cultura (Figuras 5 e 6), sendo que cada perfilho possui o seu próprio sistema radicular. Por sua vez, as raízes dos perfilhos são classificadas em raízes superficiais, raízes de fixação e raízes-cordão. (Figura 4). As raízes superficiais são responsáveis por fornecer água e nutrientes para a planta nas camadas mais superficiais do solo e podem ser encontradas até 0,75 m de profundidade. As raízes de fixação auxiliam principalmente na ancoragem dos colmos ao solo, podendo ser encontradas até a profundidade de 1,5 m. Já as raízes-cordão, tem por função fornecer água para as plantas das camadas mais profundas do solo, podendo atingir até 4,0 m de profundidade. No período de grande crescimento vegetativo da cultura, aproximadamente 50% do sistema radicular está localizado na camada de 0,2 m de profundidade, e 80% até a profundidade de 0,6 m.
Após a o corte da planta um novo sistema radicular será formado, portanto, ao longo dos sucessivos cortes da cultura as plantas passam a ter o sistema radicular mais superficial e menos vigoroso. É importante ressaltar que, logo após o corte o sistema radicular antigo ainda continua por um tempo em atividade, por isso, deve-se tomar muito cuidado com a época em que é realizada a escarificação na cana soca.
Por exemplo, quando o corte for realizado entre julho e setembro (soca seca), não recomenda-se realizar a escarificação em sequência, e sim, aguardar o retorno das chuvas, de modo a se aumentar a umidade do solo, pois, como o sistema radicular antigo ainda mantém-se em atividade após o corte, a escarificação pode danificar as raízes, prejudicando a brotação da soqueira, já que nesse período há pouca umidade no solo. Já quando a colheita for realizada em soca úmida (abril-junho / outubro-novembro), recomenda-se realizar a escarificação o quanto antes, pois nesse período como há boa disponibilidade de água no solo, a planta já inicia a formação do novo sistema radicular, sendo assim, caso a escarificação seja realizada muito tarde, pode ocorrer danos ao novo sistema radicular, fazendo com que a planta gaste novamente energia para o desenvolvimento das raízes. Dessa maneira, em soca seca recomenda-se aguardar o retorno da umidade do solo, enquanto que em soca úmida, recomenda-se realizar a operação rapidamente.
Por fim, vários são os fatores relacionados ao solo que podem influenciar o desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar, como por exemplo: temperatura, umidade, textura, densidade, fertilidade, etc. O desenvolvimento do sistema radicular é reduzido em condições de baixa temperatura do ar e umidade do solo, como também, em solos com maiores teores de argila e também em solos compactados e de baixa fertilidade.
Após a o corte da planta um novo sistema radicular será formado, portanto, ao longo dos sucessivos cortes da cultura as plantas passam a ter o sistema radicular mais superficial e menos vigoroso. É importante ressaltar que, logo após o corte o sistema radicular antigo ainda continua por um tempo em atividade, por isso, deve-se tomar muito cuidado com a época em que é realizada a escarificação na cana soca.
Por exemplo, quando o corte for realizado entre julho e setembro (soca seca), não recomenda-se realizar a escarificação em sequência, e sim, aguardar o retorno das chuvas, de modo a se aumentar a umidade do solo, pois, como o sistema radicular antigo ainda mantém-se em atividade após o corte, a escarificação pode danificar as raízes, prejudicando a brotação da soqueira, já que nesse período há pouca umidade no solo. Já quando a colheita for realizada em soca úmida (abril-junho / outubro-novembro), recomenda-se realizar a escarificação o quanto antes, pois nesse período como há boa disponibilidade de água no solo, a planta já inicia a formação do novo sistema radicular, sendo assim, caso a escarificação seja realizada muito tarde, pode ocorrer danos ao novo sistema radicular, fazendo com que a planta gaste novamente energia para o desenvolvimento das raízes. Dessa maneira, em soca seca recomenda-se aguardar o retorno da umidade do solo, enquanto que em soca úmida, recomenda-se realizar a operação rapidamente.
Por fim, vários são os fatores relacionados ao solo que podem influenciar o desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar, como por exemplo: temperatura, umidade, textura, densidade, fertilidade, etc. O desenvolvimento do sistema radicular é reduzido em condições de baixa temperatura do ar e umidade do solo, como também, em solos com maiores teores de argila e também em solos compactados e de baixa fertilidade.
Figura 2. Desenvolvimento da raízes do tolete a partir dos primórdios radiculares.
Figura 3. Raízes do tolete da cana-de-açúcar.
Figura 4. Raízes da cana-de-açúcar (raízes superficiais, de fixação e cordão).
Figura 5. Raízes dos perfilhos da cana-de-açúcar.
Figura 6. Raízes dos perfilhos da cana-de-açúcar.